23 de agosto de 2012

A Fonêmica



A Fonêmica é a área da linguística que busca estabelecer as relações entre fonemas e alofones e teve como formulação inicial propor um método para converter a fala em sistemas de escrita.

O livro de Kenneth pike intitulado Phonemics: A Technique for Reducing Languages to Writing (Fonêmica: Uma Técnica para Reduzir Línguas à Escrita) é o trabalho seminal deste modelo.

(Fonte: http://www.cefala.org/)


O termo Fonologia passa a ser utilizado por modelos pós-estruturalistas que analisam a organização da cadeia sonora da fala – ou componente fonológico. Portanto, ambos os termos, fonêmica e fonologia, referem-se a modelos que tratam do estudo da cadeia sonora da fala.

Um dos objetivos de uma análise fonêmica é definir quais são os sons de uma língua que têm valor distintivo, ou seja, servem para distinguir palavras. Sons que estejam em oposição – por exemplo [f] e [v] em “faca” e “vaca” são caracterizados como unidades fonêmicas distintivas e são denominados FONEMAS.



PAR MÍNIMO




O procedimento habitual de identificação de fonemas é buscar duas palavras com significados diferentes cuja cadeia sonora seja idêntica. As duas palavras constituem um PAR MÍNIMO. Um par de palavras é suficiente para caracterizar dois fonemas.

Observe:



Dedo → /d/ /e/ /d/ /u/

Medo → /m/ /e/ /d/ /u/




Assim, /d/ e /m/ são FONEMAS DISTINTOS


 ALOFONE



Alofones são sons foneticamente semelhantes que ocorrem em contextos exclusivos: no contexto em que um som ocorre o outro não ocorre. Identifica-se alofones através do método de distribuição complementar. Em outras palavras, trata-se de uma variante fonética de um fonema.


Os alofones são as realizações fonéticas de um mesmo fonema, variação essa que é condicionada por fatores contextuais (inerentes à vizinhança fonética ou coarticulação), dialetais (em função da variedade geográfica que é falada) ou que simplesmente decorre de opções estilísticas individuais.

Observe:


O fonema /t/ assume o alofone /t∫/ em algumas regiões do país, de modo que:

Tia →   /t/ /i/ /a/   →   /t∫/ /i/ /a/


Já o fonema /d/ assume o alofone /dƷ/, também em decorrência de variações linguísticas:

Dia → /d/ /i/ /a/   →   /dƷ/ /i/ /a/



Segundo Celso Luft, os Alofones podem classificar-se em:

• Livres;

• Posicionais;

• Estilísticos.




LIVRES 


Os alofones livres dependem dos hábitos articulatórios de cada falante. Assim, “em princípio, muitos alofones são possíveis para qualquer fonema” (D. Crystal);




POSICIONAIS


Os alofones posicionais ocorrem em decorrência da posição que ocupam na cadeia fonológica (classificação segundo articulação, etc.) e da proximidade dos fonemas vizinhos. Isso, conforme anteriormente citado, varia de acordo com as regiões brasileiras;




ESTILÍSTICOS


Os alofones estilísticos são produzidos com intenção expressiva, como o alongamento de [e] em eeeeeu???!!! e a vibração alongada de em carrrrro!!!




Referências Bibliográficas

CÂMARA, Joaquim Matoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
CALLOU, Dinah; Yonne. Iniciação à fonética e a fonologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
CUNHA, Celso & CINTRA, L. A nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
MATEUS, Maria Helena Mira (org). Fonética, fonologia e morfologia do português. 1. Ed. Lisboa: Universidade Aberta, 1990.
SILVA, Thais Cristofaro. Exercícios de fonética e fonologia. São Paulo: Contexto, 2003.
SILVA, Thais Cristofaro.. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. São Paulo: Contexto, 2007.

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