26 de julho de 2012

O que é Gramática?

A palavra “gramática” provém do grego grammatiké, pelo latim grammatica, significa ato de ler e de escrever.

A gramática consiste no estudo das regras e normas constituintes da língua, não se limitando ao saber formal. Caracteriza-se como área da linguística responsável por explorar forma, composição, interrelação e propriedades das palavras, orações e demais elementos linguísticos.

Seu uso varia de acordo com a corrente ou pensamento sob a qual é aplicada; estuda somente a estrutura dos elementos, sem abordar sua significância ou alteração no tempo/espaço, ao contrário da fonologia, da semiologia e da sociolingüística; mas integra e atua como ferramenta dessas ciências.

A primeira gramática constante em registro histórico é a de Pānini para o sânscrito. Contudo, aceita-se que o estudo formal da gramática tenha sido iniciado com os gregos, a partir de uma perspectiva filosófica, de modo que estes tenha descoberto, assim, a estrutura da língua. Com o advento[1] do Império Romano a tradição foi adotada por mais povos e traduziu-se do latim alguns dos elementos gramaticais. Muitas destas denominações chegaram aos nossos dias.

A gramática caracteriza-se como saber interdisciplinar, ou seja, ela é elemento comum em outros campos de estudo; estes são:

• Comunicação e expressão;
• Etimologia;
• Fonética e Fonologia;                  
• Literatura;
• Lógica;
• Morfologia;
• Semântica;
• Sintaxe.



REVISÃO DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ESTRUTURALISMO


Até fins do século XVIII, os estudos linguísticos eram baseados na gramática Greco-latina, que partia de princípios lógicos e através deles procurava deduzir os fatos da linguagem e estabelecer normas de comportamento lingüístico. Pressupunha-se uma fixidez da língua; consequentemente, as descrições gramaticais tinham um caráter essencialmente normativo e filosófico. Contra essa concepção estática, os estudiosos da linguagem rebelaram-se no século passado, enfatizando então a mudança incessante da língua, através de um processo dinâmico e coerente.

Originaram-se, assim, a gramática comparativa e a lingüística histórica: a primeira, comparando entre si os elementos de línguas distintas com o objetivo de depreender-lhes as origens comuns e de reconstituir a protolíngua de que se originaram e a segunda, procurando explicar a formação e evolução das línguas. As mudanças lingüísticas eram consideradas como fenômenos naturais em contraposição à fixidez preconizada pela gramática Greco-latina.

Ainda no fim do século XIX e começo do século XX, embora dominasse o ponto de vista histórico-comparativo, alguns lingüistas já se preocupavam com a idéia de que, ao lado de um estudo evolutivo da língua, deveria haver também um estudo sincrônico ou descritivo. Quem realmente rompeu com a visão historicista e atomista dos fatos linguísticos foi F. de Saussure, ao conceituar a língua como sistema e ao preconizar o estudo descritivo desse sistema. Nasce, assim, o estruturalismo como método linguístico.

Saussure foi quem definiu, pela primeira vez, e com maior clareza, o objeto da lingüística “strictu sensu”, isto é, a língua. Considerando a linguagem como um fenômeno unitário no qual os vários elementos se interrelacionam, o autor estabeleceu, do ponto de vista metodológico, dicotomias básicas (Língua/fala, sincronia/diacronia, sintagma/paradgma) em função das quais se criaram escolas e teorias mais recente.



[1] Advento = Vinda, chegada.


 

Referências Bibliográficas

AMARAL, Emília et.al. Novas Palavras, Literatura, Gramática, Redação e Leitura. 2° Grau. Editora FTD. São Paulo. 1997.BENTES, Anna Christina e Mussalim, Fernanda (org.). Introdução À Linguística, Domínios E Fronteiras. 6ª edição. Editora Cortez. São Paulo. 2006.CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 9ª edição. Editora Parma. São Paulo. 2004.CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Reflexiva. Texto, Semântica E Interação. Editora Atual. São Paulo. 2005.FARACO e MOURA. Gramática. Editora Ática. São Paulo. 1998.FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Eletrônico versão 5.12. Positivo Informática: 2004FERREIRA, Mauro. Aprender E Praticar Gramática. 2° Grau. Editora FTD. São Paulo. 1992.JÚNIOR, Joaquim Mattoso Câmara. Estrutura Da Língua Portuguesa. 37ª edição. Editora Vozes. Rio de Janeiro, 2005.KOCH, Ingedore Villaça. Linguística Aplicada Ao Português: Morfologia. 15ª edição. Editora Cortez. São Paulo. 2005.MACAMBIRA, José Rebouças. Português Estrutural. 4ª edição. Editora Pioneira. São Paulo. 1998.PASCHOALIN, Maria Aparecida; SPADOTO, Neuza Terezinha. Gramática, Teoria e Exercícios. Editora FDT. São Paulo. 1996.ROSA, Maria Carlota. Introdução À Morfologia. Editora Contexto. São Paulo. 2005.

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