BREVE INTRODUÇÃO
O estruturalismo é uma corrente de pensamentos que entende a língua como um sistema a ser analisado por suas ligações com os demais elementos, como numa estrutura. O termo “estruturalismo” tem origem no Cours de linguistique générale [Curso de Linguística Geral] de Ferdinand de Saussure (1916), onde ele propôs um estudo em que a língua é considerada um sistema composto por elementos que se relacionam entre si, seja em concordância ou em discordância. O nome veio do fato de essa relação organizar-se como numa estrutura.
Basicamente, o
estruturalismo busca desvendar a origem da significância cultural contida em
determinada linguagem, explorando seu processo de formação e evolução. Essa
“significância” tem mais a ver com o que levou ao surgimento de determinada
produção linguística do que com o objetivo de quem a produziu.
Quando decidimos
aplicar a análise estruturalista no estudo da língua aceitamos que podem ser
empregadas quatro linhas de raciocínio:
• Fonologia (estudo
das unidades sonoras);
• Morfologia (estudo
da forma das palavras);
• Semântica (estudo
dos significados);
• Sintaxe (estudo dos elementos componentes da
oração).
Relembrando... – Linguística é:
Relembrando... – Linguística é:
• Ciência da linguagem e ciência das línguas;
• Faculdade humana;
• Linguística ocidental – nasce na filosofia
grega (termos gregos são adotados diretamente ou na sua tradução latina).
TRAÇADO HISTÓRICO DA LINGUÍSTICA
• 1ª
fase (pré-socráticos até o fim da idade média): interesse pela
língua, filosófico: a língua é objeto de especulação e não de observação. Categorias
linguísticas (nome, verbo, gênero gramatical) repousam sobre bases lógicas ou
filosóficas.
• 2ª
fase (séc. XIX): descoberta do sânscrito. Relação de parentesco entre as
línguas: linguística comparada, histórica: “genética das línguas” (estudo da
evolução das línguas, com ênfase na forma).
• 3ª
fase (séc. XX): Linguística Moderna (Saussure), toma como objeto a
realidade intrínseca da língua visando constituir uma ciência (formal, rigorosa
e sistemática).
ESTRUTURALISMO – CONCEITUAÇÕES GERAIS
Foi no século XX, com
o Estruturalismo, que a linguística moderna alcançou o seu ponto mais elevado. Esse
momento tem sua origem com a publicação do Cours de Lingüistique Générale
(1916), do linguístico suíço Ferdinand de Saussure, em que é considerado o
marco inicial da linguística moderna.
Esta “corrente de
pensamento” fundamenta-se na afirmação de Saussure de que “a língua não é um
conglomerado de elementos heterogêneos; é um sistema articulado, onde tudo está
ligado, onde tudo é solidário e onde cada elemento tira seu valor de sua
posição estrutural” (Saussure, citado em Leroy (1971:109)
Para fundamentar suas
afirmações, Saussure estabeleceu uma série de definições e distinções sobre a
natureza na linguagem, que se podem resumir nos seguintes pontos, Leroy (1971):
1. A diferenciação
entre langue (língua), é a parte social da linguagem, externa ao indivíduo, que
não pode nem criá-la nem modificá-la, e a parole (fala), é o momento
individual, no sentido da realidade psicofisiológico do ato linguístico
particular.
2. A consideração do
signo linguístico. Saussure (1969:18) afirma que “a língua é conhecida como um
sistema de Signos”. Que faz a ligação entre o significante (imagem acústica) e
um significado (conceito), cuja relação arbitrária se define em termos
paradigmáticos (imagens de outros elementos na memória) ou sintagmáticos (todos
elementos da língua se relacionam com outro, formando cadeias de enunciados).
3. A distinção entre o
estudo sincrônico da língua, ou seja, a descrição do estado estrutural da
língua em um dado momento, e o estudo diacrônico, descrição da evolução
histórica da língua, que leva em conta os diferentes estágios sincrônicos.
Saussure considerou
prioritário os estudos sincrônicos, que permite revelar a estrutura essencial
da linguagem: "A língua é um sistema em que todas as partes podem e devem
ser consideradas em sua solidariedade sincrônica" (Saussure, p.102). Surge
então a linguística sincrônica que constitui os alicerces do estruturalismo.
Os linguistas
encontraram nas ideias renovadoras de Saussure o ponto de partida para
desenvolver novos métodos e teorias. Foi o caso da chamada Escola de Praga,
Escola de Genebra e a Escola de Copenhague
Os linguistas
escandinavos Viggo Brøndal e Louis Hjelmslev, criadores da teoria da linguagem
conhecida como glossemática, foram os principais representantes do Círculo Linguístico
de Copenhague, fundado em 1931, e que também se inspirou nos conceitos de
língua, discurso, sincronia e estrutura de Saussure. Coube a Hjelmslev criar
uma das mais conhecidas e precisas definições da linguística estrutural (Leroy,
1971:114):
"conjunto de
pesquisas baseadas na hipótese de que é cientificamente legítimo descrever uma
língua como, essencialmente, uma unidade autônoma de dependências internas ou,
numa só palavra, uma estrutura".
Os linguistas
escandinavos Viggo Brøndal e Louis Hjelmslev, criadores da teoria da linguagem
conhecida como glossemática, foram os principais representantes do Círculo Linguístico
de Copenhague, fundado em 1931, e que também se inspirou nos conceitos de
língua, discurso, sincronia e estrutura de Saussure. Coube a Hjelmslev criar
uma das mais conhecidas e precisas definições da linguística estrutural (Leroy,
1971:114):
"conjunto de
pesquisas baseadas na hipótese de que é cientificamente legítimo descrever uma
língua como, essencialmente, uma unidade autônoma de dependências internas ou,
numa só palavra, uma estrutura".
Sabendo que o ESTRUTURALISMO é uma corrente
de pensamentos que entende a Língua como sendo um sistema a ser analisado por
suas ligações com os demais elementos, como numa estrutura, estudemos algumas
de suas dicotomias:
ESTRUTURALISMO – LÍNGUA E FALA
Para Saussure, a
língua é um sistema de valores que se opõem uns aos outros e que está
depositado como produto social na mente de cada falante de uma comunidade,
possui homogeneidade e por isto é o objeto da linguística propriamente dita.
Diferente da fala,
que é um ato individual e está sujeito a fatores externos.
SINCRONIA E DIACRONIA
Saussure enfatizou
uma visão sincrônica, um estudo descritivo da linguística em contraste à visão
diacrônica do estudo da linguística histórica, estudo da mudança dos signos no
eixo das sucessões históricas, a forma como o estudo das línguas era
tradicionalmente realizado no século XIX.
• Sincronia: estudo
do sistema em simultaneidade.
• Diacronia: estudo
do sistema ao longo do tempo.
• Sincronia:
Estudo do sistema em
simultaneidade. É a pesquisa descritiva, foca no interior da língua, em um
tempo x, no intuito de descobrir como a língua funciona.
É sincrônico tudo o que:
• Designa um estado de
língua
• É
momentâneo
• É estático
• Constitui um conjunto
fechado e homogêneo de regularidades
• Diacronia:
Estudo do sistema ao longo
do tempo. É a pesquisa histórica que investiga como a língua evolui e se
modifica externamente no tempo. Analisa, por exemplo, como Senhorinha virou
Senhorita.
É diacrônico tudo o que:
• Designa uma fase de evolução
• Designa uma fase de evolução
• Tem duração no tempo
• É dinâmico
• É dinâmico
PROPOSIÇÕES
Ferdinand de Saussure
– Suíça/Genebra
(Curso de Lingüística
Geral – 1916)
A língua é um sistema
estrutural onde seus componentes só adquirem valor por meio da oposição de um
com o outro.
Devem-se analisar
apenas as possibilidades de produção de linguagem verbal de um determinado
sistema, excluindo do estudo as condições de produção, as intenções individuais
e os meios materiais existentes na situação.
No Cours de
Linguistique Générale [Curso de Linguística Geral] Saussure propôs um estudo
onde a língua é considerada um sistema composto por elementos que se relacionam
entre si, seja em concordância ou em discordância. O nome veio do fato de essa
relação organizar-se como numa estrutura.
Basicamente, busca
desvendar a origem da significância cultural contida em determinada linguagem,
explorando seu processo de formação e evolução.
Essa “significância”
tem mais a ver com o que levou ao surgimento de determinada produção
linguística do que com o objetivo de quem a produziu.
No Dicionário Aurélio
é possível encontrar as seguintes definições de ESTRUTURALISMO:
1. Nas ciências
humanas, designação genérica das diversas correntes que se baseiam no conceito
teórico de estrutura, e no pressuposto metodológico de que a análise das
estruturas é mais importante do que a descrição ou interpretação dos fenômenos,
em termos funcionais.
2. Posição inovadora
dos estudos linguísticos da primeira metade do século XX, que consideravam a
língua como um sistema estruturado por relações formais e não evidentes para a
consciência do falante, e que, metodologicamente, preconizavam a observação do
maior número de fatos, de modo a fundamentar proposições que, pela
generalização rigorosa, viabilizassem a descoberta da estrutura.
3. Método de análise e
interpretação dos fenômenos sociais que, partindo do pressuposto de que estes
têm uma natureza simbólica e comunicacional, procura entendê-los como
estruturados em sistemas de relações lógicas, formais, que vigoram num nível
inconsciente nos diversos aspectos da vida coletiva (do parentesco aos mitos, e
mesmo à psicologia individual), de tal modo que, pela elaboração de modelos
conceituais abstratos, e operando permutações entre seus elementos, se possa
alcançar um grau crescente de generalização do conhecimento sobre as sociedades
humanas.
4. No pensamento
econômico latino-americano, doutrina que enfatiza a importância de
características estruturais de uma economia (como o regime de propriedade de
terras, nível de industrialização, etc., por oposição a características
consideradas conjunturais) na explicação de fenômenos como, p. ex., a tendência
à inflação nos países dessa região.
ORIGENS
PERTINÊNCIA
Considera-se o que é
relevante apenas a uma determinada língua.
Ex.: Língua portuguesa: Roberto
Língua espanhola: Jamón / Ramón
Ex.: Língua Latina: populos: gente / árvore
Língua portuguesa: manga: fruta / parte de
roupa
* Par Mínimo
SEMIÓTICA
• Significante: Componente mediador entre a
coisa em si e sua representação psíquica (Nome, Palavra);
• Significado: Representação psíquica de algo
real em forma linguística (imagem mental, etc.);
• Unidos por um ato de Significação;
• Exemplo: a palavra boi.
SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
O conceito de cadeira
e a concepção fonética das suas letras não têm conexão alguma. Esta relação se
estabelece unicamente por acordo ou convênio coletivo.
A concepção mentalística:
• Significado e
Significante são entidades mentais, independente de qualquer objeto externo;
• A imagem (ou o som)
de uma palavra não é algo material, mas apenas uma impressão psicológica
(modelo mental) que tem sentido para nós.
O CÓDIGO
• A reconstrução do sentido pressupunha um
sistema de interpretação que não poderia ser
universal nem prévio (x individualização) e
nem poderia ser totalmente aberto (x arbitrariedade de interpretações);
• Deve-se estudar o Código, o conjunto de
regras que permitem a emissão e deciframento das mensagens;
• Os códigos são as diferentes linguagens;
• São universais (universal x particular e
NÃO inato x aprendido).
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CÓDIGO
• Empírico (vivenciado): A organização
aparece nas interconexões das ocorrências do mundo fenomenal, nas formas que se
oferecem na consciência.
• Teórico (construído): A organização se
manifesta no processo de dotação de forma e sentido (nível profundo e
inconsciente)
A
PROBLEMÁTICA ESTRUTURALISTA
• Organismo: globalizante e sistemático.
• Tarefa compreensiva e interpretativa de
decifrar o organismo enquanto mensagem;
• Ressaltar as diferenças.
• O Estruturalismo representou um conjunto de
soluções mais rigoroso em termos metodológicos para se determinar o que era
verdadeiro e o que era falso nas “totalidades simbólicas”.
VANTAGENS NO MOVIMENTO ESTRUTURALISTA
• Investigação Imanente: objetivação das
“totalidades simbólicas”:
• Neutralização do Sujeito: desprende das
conexões subjetivas (intenções comunicativas) e das que interpretam (intenções
compreensivas);
• “Positivismo das ciências humanas” x Noções
de Sentido, Significado e Sistema Simbólico: o diferencia das ciências
naturais.
• Positivista no sentido de Encontrar uma
Positividade, um empírico para tomar como referência.
• Qual será a positividade desta visão de
ciência humana? O código.
O ESTRUTURALISMO NO BRASIL
LINGUÍSTICA COMO DISCIPLINA AUTÔNOMA
• Descrição da língua
portuguesa do Brasil;
• Descrição das influências indígenas,
africanas e europeias;
• Análise das variedades não padrão;
• Representações confiáveis dos sistemas
fonológicos e morfológicos.
FORMAS ATUAIS DA TEORIA DOS SIGNOS
Semiologia:
A Semiologia surgiu
das ciências linguísticas. É a ciência geral dos signos, que estuda todos os
fenômenos culturais como se fossem sistemas de signos, i. e., sistemas de
significação.
Semiótica:
A Semiótica surgiu do
pragmatismo americano. Prega que a verdade de uma doutrina consiste no fato de
que ela seja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação.
Material excelente e de fácil entendimento, parabéns e obrigada por compartilhar.
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