25 de janeiro de 2013

Artigo

O Artigo é a palavra que se coloca antes do substantivo e determina se ele é definido ou indefinido. Assim, o artigo sempre será apresentado como elemento antecessor do substantivo, num processo conhecido como substantivação.

Os artigos definidos, que particularizam o substantivo, são: o, a, os as.
Os artigos indefinidos são: um, uma, uns, umas.


O EMPREGO DO ARTIGO SE DÁ ATRAVÉS DE:

• SUBSTANTIVAÇÃO:

É o processo através do qual um termo muda de classe e torna-se substantivo, isso ocorre quando o artigo posiciona-se à sua esquerda. Assim, toda palavra à qual se adicione artigo torna-se substantivo. Note:
a) Era tão belo o cantar daquela moça...
Cantar é um verbo, mas ao ser acompanhado pelo artigo “o” assume a condição de substantivo.
b) Tinha um olhar capaz de congelar gigantes.
Olhar é um verbo, mas o artigo um o faz atuar como substantivo.


• CONTRAÇÃO COM PREPOSIÇÕES

Em virtude da semântica, o artigo pode unir-se a preposições. Os casos mais comuns são:
• A (preposição) + a (artigo): à;

• De (preposição) + a (artigo): da;
• De (preposição) + o (artigo): do;

• Em (preposição) + a (artigo): na;
• Em (preposição) + o (artigo): no;

• Por (preposição) + a (artigo) pela;
• Por (preposição) + o (artigo) pelo;

• Etc.


• DEFINIR GÊNERO, NÚMERO E SENTIDO:

O artigo define as flexões de gênero e número quando estas se apresentarem na composição do substantivo, ou seja, define se é masculino ou feminino, singular ou plural. Não obstante, o artigo atua como modificador de sentido. Note isso nos exemplos abaixo:
O pianista é esperto (refere-se a um homem que é pianista);
A dentista é esperta (refere-se a uma mulher que é dentista).

O cara (refere-se a um homem);
A cara (refere-se a um rosto/face).

O caixa de supermercado (refere-se a alguém, homem ou mulher, que atua no caixa);
A caixa de supermercado (refere-se a uma caixa, um objeto).

A pipa está ali;
As pipas estão ali.


• OMISSÃO DO ARTIGO DEFINIDO:

Não se usa artigo definido antes de nomes de cidades ou pessoas famosas:
• Nosso amigo visitou Goiânia – sem artigo.
Leonardo Da Vinci viveu no exterior – sem artigo.

Para esse caso, há exceções como:
• A Inglaterra, os Andes, etc.;
• Nomes de pessoas no plural: as Marias, as Amélias, etc.

No entanto, se o nome da cidade ou pessoa for acompanhado por um caracterizador, a presença do artigo torna-se obrigatória. Observe:
• Nosso amigo visitou a bela Goiânia.

Na frase acima, a é o artigo e bela é o adjetivo que modifica o substantivo Goiânia.


• NÃO SE USA ARTIGO ANTES DE:
• Pronomes de Tratamento;
• Definições de conceito (ex.: Fábula é um conto onde animais falam);
• Após cujo, cuja, cujos, cujas.


• O ARTIGO É OPCIONAL ANTES DE:
• Nomes de pessoas;
• Pronomes possessivos.

No entanto, convém saber que o uso do artigo antes de nome próprio denota familiaridade ou proximidade com a pessoa referida. Note:
a) A Lúcia está na porta.

Entende-se que Lúcia é alguém conhecido ou próximo.


• USA-SE ARTIGO DEPOIS DE AMBOS QUANDO ESTE FOR SEGUIDO POR SUBSTANTIVO:
a) Ambas as histórias me parecem procedentes – com substantivo, com artigo.
b) Eles vieram, ambos tiraram boas notas – sem substantivo, sem artigo.


• USA-SE O ARTIGO DEPOIS DAS PALAVRAS TODOS OU TODAS QUANDO ESSAS VIEREM ACOMPANHADAS DE NUMERAL SEGUIDO DE SUBSTANTIVO:
a) Todas as doze moças compareceram – com substantivo, com artigo.
b) Busquei todos quatro – sem substantivo, sem artigo.



Referências Bibliográficas
AMARAL, Emília et.al. Novas Palavras, Literatura, Gramática, Redação e Leitura. 2° Grau. Editora FTD. São Paulo. 1997.
BENTES, Anna Christina e Mussalim, Fernanda (org.). Introdução À Linguística, Domínios E Fronteiras. 6ª edição. Editora Cortez. São Paulo. 2006.
CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 9ª edição. Editora Parma. São Paulo. 2004.
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Reflexiva. Texto, Semântica E Interação. Editora Atual. São Paulo. 2005.
FARACO e MOURA. Gramática. Editora Ática. São Paulo. 1998.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Eletrônico versão 5.12. Positivo Informática: 2004.
FERREIRA, Mauro. Aprender E Praticar Gramática. 2° Grau. Editora FTD. São Paulo. 1992.
JÚNIOR, Joaquim Mattoso Câmara. Estrutura Da Língua Portuguesa. 37ª edição. Editora Vozes. Rio de Janeiro, 2005.
KOCH, Ingedore Villaça. Linguística Aplicada Ao Português: Morfologia. 15ª edição. Editora Cortez. São Paulo. 2005.MACAMBIRA, José Rebouças. Português Estrutural. 4ª edição. Editora Pioneira. São Paulo. 1998.
PASCHOALIN, Maria Aparecida; SPADOTO, Neuza Terezinha. Gramática, Teoria e Exercícios. Editora FDT. São Paulo. 1996.
ROSA, Maria Carlota. Introdução À Morfologia. Editora Contexto. São Paulo. 2005.
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