19 de fevereiro de 2013

Canções de Gesta

LOS CANTARES DE GESTA ou CANÇÕES DE GESTA

As Chansons de Geste são manifestações poéticas oriundas da Literatura Francesa, surgidas entre os séculos XI e XIII. Culminaram com o surgimento das Canções de Gesta, entre os séculos XII e XV, na Literatura Castelhana. Apesar da origem e semelhança, as Canções de Gesta diferem das Chansons de Geste na metrificação, pois tendem a ser mais longas.
St. Martin is Dubbed a Knight
(Simone Martini,1317-19)
As Canções de Gesta são conjuntos de poemas que constituem uma epopeia, ou seja, narram os feitos de um herói, ou um guerreiro, dotado de valor e de virtudes. Foram muito populares na Idade Média, sendo transmitidas oralmente, e costumavam ter entre 2.000 e 20.000 versos, mas geralmente não ultrapassavam os 4.000 versos.
A Idade Média Espanhola é a mais rica em termos de Canções de Gesta, pois conservou obras importantes. Em alguns povoados da Espanha e da América Latina ainda têm-se o hábito de recitar trechos de famosas Canções de Gesta. Posteriormente, as Canções de Gesta foram incorporadas ao teatro clássico, no Siglo de Oro (Entre 1479 e 1598).
A única Canção de Gesta que conservou-se quase completamente até os dias de hoje é Cantar de Mio Cid. Há, também, trechos de Las Mocedades de Rodrigo e Cantar de Roncesvalles.
São características das Canções de gesta:
• Autores anônimos;
• Versos irregulares, geralmente dotados de 14 e 16 sílabas;
• Realismo ;
• Historicismo;
• Emprego de expressões que visem atrair a atenção do público;
• Uso excessivo de verbos, para ressaltar ação;
• Paragoge;

Leia, abaixo, um trecho duma Canção de Gesta:

EL CANTAR DE RONCESVALLES

50. »Sobrino, ¨por esso non me queredes fablare?
51. »Pues vos sodes muerto, Fançia poco vale.
52. »Mio sobrino, ante que finásedes era yo pora morir máes.
53. »Atal viejo meçquino, qui lo conseyerade?
54. »Quando fui mançebo de la primera edade,
55. »quis andar ganar preçio de Francia, de mi tierra natural[e];
56. »fuime a Toledo a servir al rey Galafre
57. »que ganase a Durandarte large;
58. »ganéla de moros quando maté a Braymante,
59. »dila a vos, sobrino, con tal omenage
60. »que con vuestras manos non la diésedes a nadi;
61. »saquéla de moros, vos tornástela alláe.
62. »Dios vos perdone, que non podieste máes!
63. »Con vuestra rencura el coraçón me quiere crebare.
64. »Salíme de Françia a tierra estranna morare
65. »por conquerir proveza e demandar linaje;
66. »acabé a Galiana, a la muger leale.
67. »Naçiestes, mi sobrino; a diezesiete annos de edade,
68. »fizvos cavallero a un preçio tan grande.
69. »Metím al camino, pasé ata la mare,
70. pasé Jerusalem, fasta la fuent Jordane;
71. »corriémos las tierras della e della parte.


Referências Bibliográficas
BENASSAR, B. La España del Siglo de Oro. Barcelona: Crítica, 2001.
CANAVAGGIO, Jean (dir.) Historia de La Literatura Española. Vols. I, II, III, IV. Barcelona: Ariel, 1995.
GARIN, Eugenio. Medievo y renacimiento. Estudios e investigaciones. Madrid:Taurus, 1981.
JIMÉNEZ, Felipe B. Pedraza y CÁCERES, Milagros Rodríguez. Las Épocas de La Literatura Española. Barcelona: Ariel, 1997.
VALBUENA Prat, Angel. Historia de La Literatura Española. Tomo II. 4 ed. Barcelona: Editorial Gustavo Pili, 1953.

Fonte das imagens:
https://br.pinterest.com/pin/377950593699167293/ 
Print Friendly and PDF

0 comentários:

Enviar um comentário