A Fonêmica é a área da linguística que busca estabelecer as relações entre fonemas e alofones e teve como formulação inicial propor um método para converter a fala em sistemas de escrita.
O livro de Kenneth pike intitulado Phonemics: A Technique for Reducing Languages to Writing (Fonêmica: Uma Técnica para Reduzir Línguas à Escrita) é o trabalho seminal deste modelo.
(Fonte: http://www.cefala.org/)
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Um dos objetivos de uma análise fonêmica é definir quais são os sons de uma língua que têm valor distintivo, ou seja, servem para distinguir palavras. Sons que estejam em oposição – por exemplo [f] e [v] em “faca” e “vaca” são caracterizados como unidades fonêmicas distintivas e são denominados FONEMAS.
PAR MÍNIMO
O procedimento habitual de identificação de fonemas é buscar duas palavras com significados diferentes cuja cadeia sonora seja idêntica. As duas palavras constituem um PAR MÍNIMO. Um par de palavras é suficiente para caracterizar dois fonemas.
Observe:
Dedo → /d/ /e/ /d/ /u/ Medo → /m/ /e/ /d/ /u/ | → | Assim, /d/ e /m/ são FONEMAS DISTINTOS |
ALOFONE
Alofones são sons foneticamente semelhantes que ocorrem em contextos exclusivos: no contexto em que um som ocorre o outro não ocorre. Identifica-se alofones através do método de distribuição complementar. Em outras palavras, trata-se de uma variante fonética de um fonema.
Os alofones são as realizações fonéticas de um mesmo fonema, variação essa que é condicionada por fatores contextuais (inerentes à vizinhança fonética ou coarticulação), dialetais (em função da variedade geográfica que é falada) ou que simplesmente decorre de opções estilísticas individuais.
Observe:
O fonema /t/ assume o alofone /t∫/ em algumas regiões do país, de modo que:
Tia → /t/ /i/ /a/ → /t∫/ /i/ /a/
Já o fonema /d/ assume o alofone /dƷ/, também em decorrência de variações linguísticas:
Dia → /d/ /i/ /a/ → /dƷ/ /i/ /a/
Segundo Celso Luft, os Alofones podem classificar-se em:
• Livres;
• Posicionais;
• Estilísticos.
LIVRES
Os alofones livres dependem dos hábitos articulatórios de cada falante. Assim, “em princípio, muitos alofones são possíveis para qualquer fonema” (D. Crystal);
POSICIONAIS
Os alofones posicionais ocorrem em decorrência da posição que ocupam na cadeia fonológica (classificação segundo articulação, etc.) e da proximidade dos fonemas vizinhos. Isso, conforme anteriormente citado, varia de acordo com as regiões brasileiras;
ESTILÍSTICOS
Os alofones estilísticos são produzidos com intenção expressiva, como o alongamento de [e] em eeeeeu???!!! e a vibração alongada de em carrrrro!!!
Referências Bibliográficas
CÂMARA, Joaquim Matoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
CALLOU, Dinah; Yonne. Iniciação à fonética e a fonologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
CUNHA, Celso & CINTRA, L. A nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
MATEUS, Maria Helena Mira (org). Fonética, fonologia e morfologia do português. 1. Ed. Lisboa: Universidade Aberta, 1990.
SILVA, Thais Cristofaro. Exercícios de fonética e fonologia. São Paulo: Contexto, 2003.
SILVA, Thais Cristofaro.. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. São Paulo: Contexto, 2007.
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